segunda-feira, 14 de março de 2016

say to me

Roupas coloridas, sem cor, rasgadas, batidas, com metal, hand-made. Cabelos raspados, pintados, dreads, black power, undercuts, sidecuts. Colares, pulseiras, anéis, brincos, piercings, tatuagens, body modifications. Cílios postiços, unhas falsas, maquiagem, lentes de contato, fitas. Tênis de basquete, de skatista, cano alto, cano baixo, sapato social, sandália, descalço.

No carro tocando uma música que você não gosta pra valer, mas aprendeu a suportar. Você está indo pra uma festa que você não queria ir. Na verdade não gosta muito desse tipo de evento. Você odeia, mas vai tentar se convencer do contrário e, principalmente, convencer os outros.

Você cresceu ouvindo de todo mundo como é "viver de verdade", que deveria aproveitar sua juventude indo a festas, bebendo, se drogando, transando, afinal de contas você é jovem e é isso que os jovens fazem. É só isso que os jovens fazem.

Você vai nessa onda, afinal "-Tudo vai fazer sentido uma hora ou outra...". Passa sua adolescência, passa sua juventude e tal do "sentido" não apareceu ainda.

Você para e pensa "-Deve ser assim mesmo... Ou talvez eu tenha feito algo de errado.".

Fez sim, você viveu a vida que os outros disseram que era o certo e deixou de fazer o que realmente queria. Aliás, você se lembra o que você queria? Você se lembra quem você realmente é?

 Eu ia colocar uma frase do Kevin Arnold aqui, mas é melhor eu ficar longe disso por um tempo.