Recentemente fui confrontado por ser cético.
"Você é cético, seu papel é ficar questionando mesmo" (não foram exatamente estas as palavras)
Fiquei pensando sobre isso por uns dias e, apesar de não ter chego em uma conclusão, compreendo o papel do cético não como o questionador por si só, que busca que os outros respondam seus questionamentos, e sim como alguém que quer, primordialmente, causar o questionamento na mente alheia.
Se você me fala "Bruno, ouvir um rock e beber um vinho é a melhor coisa do mundo" e eu te questiono o motivo intrínseco para que você considere tal atividade tão espetacular, não quero que você me dê uma resposta do tipo "Ah, porque ficou bem loco e viajo no som" e sim que você se questione se você realmente gosta daquilo ou se tal hábito não é apenas uma forma de você se adequar ao seu grupo de convívio.
Foi um exemplo superficial, normalmente os questionamentos são mais profundos.
Na história humana, o progresso científico e social vieram a partir de conjecturas filosóficas e diretas - "Por que a Lua fica com uma sombra redonda em certas fases?", "De onde e como ocorrem as ondas?", "Estamos sós no Universo?" - O anseio pelo conhecimento, a "inquietude do saber", fizeram com que homens e mulheres virassem noites em claro CRIANDO meios de se encontrar respostas.
A base da nossa ciência veio daí.
Quando Newton criou a Teoria da Gravitação Universal (posteriormente sendo Lei da Gravitação Universal), não haviam formulas pra se determinar isso. A gravitação universal, porém, existia. Newton criou, com auxílio indireto de cálculos feitos por outros cientistas antes dele, um modo de se determinar, de se comprovar isso. Hoje nós temos dificuldades de compreender a fórmula (a esmagadora maioria ao menos), por aí se calcula a genialidade de Newton.
Tesla, Einstein, Turing, Descartes e tantos outros criaram conceitos que eram tão avançados que não podiam ser provados em sua época (sendo comprovados depois, como as ondas gravitacionais) ou que são usados até hoje e são a base para toda a tecnologia que temos.
E isso porque falo apenas do campo científico, houveram tantos seres humanos fantásticos em tantas outras áreas como nas artes, luta pelos direitos civis, luta pela igualdade social, luta pelos direitos da mulher, combate a pobreza, maior alcance da educação, desenvolvimento de medicamentos e diagnósticos de doenças...
Essas coisas me fazem pensar o quanto somos egoístas (é uma palavra meio exagerada, confesso) quando queremos só o bem dos nossos (familiares, amigos, bairro, cidade, etc).
O que me resta, então? Como posso eu, dentro das minhas diversas inabilidades e limitações, fazer algo de positivo para que eu não seja só mais um organismo consumidor de recursos naturais?
Não, eu não quero uma resposta, quero que você se questione sobre isso também. E faça outras pessoas se questionarem. Quem sabe não criamos uma sociedade mais consciente pelo coletivo?
Nenhum comentário:
Postar um comentário